quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MALVINAS, COLONIALISMO E SOBERANIA*

A decisão do governo britânico de explorar petróleo e gás nas Ilhas Malvinas, reavivando tensões entre a Argentina e o Reino Unido, 28 anos depois da guerra travada entre os dois países por esse arquipélago do Atlântico Sul, reafirma o léxico colonialista que faz tábua rasa das resoluções da ONU. A conhecida virulência do antigo império, sempre amparado no apoio dos Estados Unidos, não afronta apenas o povo argentino. Para além das fortes evidências de uma rica província de hidrocarbonetos na região, o que está em xeque é a soberania da América Latina. Elaborar estratégia para a defesa de suas riquezas energéticas, como o pré-sal brasileiro, é imperativo e inadiável.

Não há solução de "meio-termo" quando a ofensiva imperialista não esconde mais seus objetivos. O golpe em Honduras, a ofensiva dos grandes proprietários na Argentina, a ação desestabilizadora da direita paraguaia, e as bases militares na Colômbia e no Panamá são fatos por demais suficientes para afastar a perigosa inércia analítica. Aquela que ignora, entre outras coisas, a crescente militarização das relações dos Estados Unidos com a América Latina.

As Ilhas Malvinas e suas adjacências são argentinas. Devem ser descolonizadas e reintegradas ao país. Têm que ser liberadas da ocupação estrangeira que se propõe a explorar suas riquezas e, provavelmente, instalar bases militares apontando para toda a América Latina e seu projeto de integração regional.

A luta deve prosseguir no plano político, diplomático, e em todos os terrenos apropriados, até a definitiva recuperação do arquipélago. É preciso afrontar todas as responsabilidades exigidas para o cumprimento de um programa de ação democrática e antiimperialista.


*Texto de Gilson Caroni Filho. Fragmentos extraídos de http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4550&alterarHomeAtual=1

COM 80% DE ADESÃO, GREVE GERAL CONTRA GOVERNO PARALISA GRÉCIA*

Os principais sindicatos da Grécia deram nesta quarta-feira uma demonstração de força com uma greve geral, apoiada por 80% de empregados dos setores público e privado, em protesto contra as medidas do governo para enfrentar a crise.

Envolvendo mais de um milhão de pessoas, a greve paralisou o país durante a maior parte do dia, marcado por grandes protestos e alguns incidentes violentos entre manifestantes e a polícia.

Com capuzes, cerca de 150 radicais quebraram os vidros de algumas lojas no centro de Atenas e a polícia respondeu lançando gás lacrimogêneo para dispersá-los.

Os sindicatos se mostraram satisfeitos com a elevada adesão à greve, como disseram à agência de notícias Efe alguns sindicalistas --que anunciaram mais protestos contra as medidas do governo para as próximas semanas.

Duas grandes manifestações encheram hoje o centro de Atenas, com especial força dos trabalhadores comunistas, que não dão trégua ao governo do premiê Giorgios Papandreou.

"Dizemos não à austeridade e ao desemprego", dizia um cartaz da Adedy (União de Empregados Civis, na sigla em grego). O índice de pessoas sem trabalho no país ronda 10% e, como admitiu o governo, pode chegar a 20%. Em outras faixas, era possível ler frases como "Não pagaremos pela crise dos ricos" e "O povo e suas necessidades são mais importantes que os mercados".

Giorgos Peros, porta-voz do sindicato comunista Pame, disse que o povo tem vontade de seguir lutando por seus direitos e não haverá coesão com o governo sobre as políticas antipopulares.

A polícia calcula que a participação nas manifestações de Atenas tenha rondado 20 mil pessoas, embora os sindicatos estimem pelo menos o dobro.


*Artigo do dia 24 de fevereiro de 2010. Fragmentos extraídos de http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u698431.shtml

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MINISTRO DO STF ACATA PEDIDO E ADIA JULGAMENTO DE HABEAS CORPUS DE ARRUDA*

Atendendo a um pedido da defesa, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quarta-feira o julgamento do pedido de liberdade do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido). Não há previsão de quando o caso será levado ao plenário da Suprema Corte.

O adiamento foi solicitado na tarde de hoje pelo advogado Nélio Machado. O julgamento estava previsto para a sessão de amanhã.

Arruda foi preso por determinação do STJ. Ele é acusado de ter participado da tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do esquema de arrecadação e pagamento de propina.


* Trechos extraídos de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u698476.shtml

PRESIDENTE DO BRASIL, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, VISITA CUBA


O presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a Havana, na terça-feira, 23 de fevereiro, a convite do presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba, general-de-exército Raúl Castro Ruz, para uma visita de trabalho.

O chefe de Estado brasileiro foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, no aeroporto internacional "José Martí", onde também o esperavam membros da delegação do país sul-americano.

A visita do dignitário brasileiro se realiza conforme os estreitos vínculos de c olaboração econômico-comercial e a amizade e solidariedade que caracterizam as relações entre as duas nações.

Prova disso são os 626 jovens brasileiros formados em Cuba em diversos níveis de ensino desde o início do intercâmbio em matéria de formação profissional. Atualmente, estudam em Cuba 835 alunos desse país irmão.


*Extraído de http://www.granma.cu/portugues/2010/febrero/mier24/Lula-visita-Cuba.html

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PROTESTO CONTRA O AUMENTO DA TARIFA DO TRANSPORTE PÚBLICO

Nesta quinta-feira (25/02) acontecerá em São Paulo protesto contra o aumento da tarifa do transporte público.

A concentração será no Teatro Municipal – Próximo ao Metrô Anhangabaú - e está marcada para 16 horas e 30 minutos, com previsão de saída para 17 horas e 30 minutos.


Movimento Carlos Marighella (MCM)

SUSPENSA CASSAÇÃO DE KASSAB*

Com isso, o prefeito ficará no cargo até o julgamento final de seu processo no TRE. A decisão deve ser publicada na terça-feira (23) no Diário Oficial


A Justiça Eleitoral suspendeu a cassação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e de sua vice, Alda Marco Antonio (PMDB), acusados de receberem doações irregulares durante a campanha de 2008. O efeito suspensivo foi concedido depois que o advogado de Kassab, Ricardo Penteado, entrou com recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nesta segunda-feira (23). Com isso, o prefeito ficará no cargo até o julgamento final de seu processo no TRE. A decisão deve ser publicada na terça-feira (23) no Diário Oficial.

Na última quinta-feira (18), o juiz da 1ª Zona Eleitoral Aloísio Sérgio Resende Silveira cassou o prefeito, sua vice e oito vereadores aceitando uma representação do Ministério Público Estadual (MPE) contra candidatos que receberam verbas de fontes que, pela Lei Eleitoral, não podem realizar doações.

Na lista de doadores irregulares está a Associação Imobiliária Brasileira (AIB), acusada de servir de fachada para o Secovi (sindicato que representa o setor imobiliário) realizar repasse de recursos. A coligação de Kassab e Alda também teria recebido recursos das empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Serveng Cilvisan, CR Almeida, Carioca Christiani Nielsen, S.A. Paulista e Engeform que, por serem acionistas de concessionárias de serviços públicos, não podem fazer doações. O Banco Itaú também integra a relação de doadores investigados pelo Ministério Público.

O critério utilizado pelo juiz foi determinar a perda de mandato para os candidatos que receberam acima de 20% do total arrecadado de fontes consideradas vedadas. No caso da coligação de Kassab e Alda, teriam sido gastos 29,76 milhões de reais durante a campanha, dos quais 10 milhões de reais são considerados irregulares pela Justiça (só da AIB foram 2,7 milhões de reais).


*Extraído de http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/suspensa-cassacao-de-kassab/view

PETKOVIC SAI EM DEFESA DO SOCIALISMO NO PROGRAMA DA ANA MARIA BRAGA*

A apresentadora global Ana Maria Braga adora o consumismo capitalista e nunca escondeu a sua rejeição às idéias de esquerda. Mas, geralmente, ela exagera nas suas paixões. No seu programa da TV Globo da semana passada, ela entrevistou o jogador sérvio Dejan Petkovic, atual campeão pelo Flamengo e craque reconhecido por todos os apreciadores do futebol.

A entrevista até que ia bem, quando ela não se conteve e disparou: “Como foi nascer num país com tanta dificuldade?”.

Petkovic, que é bom de bola e de cabeça, não vacilou e marcou mais um golaço: “Quando nasci não tinha dificuldade nenhuma. Era um país maravilhoso, vivíamos um regime socialista, todo mundo bem, todos tinham salário, todos tinham emprego. Os problemas aconteceram depois dos anos 80”. A apresentadora engoliu a seco e prosseguiu a matéria. Sua assessoria devia, ao menos, ter pesquisado as posições progressistas do jogador para evitar mais esta pisada de bola.


*Fragmento extraído de http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e&cod=5484

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CLARA CHARF É OPERADA EM BRASÍLIA APÓS SOFRER QUEDA


No sábado (20), Clara Charf, viúva de Carlos Marighella, sofreu uma queda nas dependências do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, resultando em uma fratura que exigiu uma cirurgia, realizada neste domingo (21) em um hospital de Brasília.

O Movimento Carlos Marighella (MCM) deseja a rápida e completa recuperação desse acidente e da operação a qual Clara se submeteu. Que ela em breve possa, incansável, estar em suas atividades e continue a sua militância conseqüente para a construção de um novo Brasil e de uma nova América Latina unida.

Movimento Carlos Marighella

JUSTIÇA ELEITORAL CASSA MANDATO DO PREFEITO GILBERTO KASSAB*

A sentença do juiz Aloísio Silveira, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, deve ser publicada no "Diário Oficial" na próxima terça-feira, e a cassação vale oficialmente após esse ato formal.

Em nota, a defesa do prefeito diz que as contas "foram analisadas e aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral". Os advogados vão recorrer, o que suspenderá a cassação até o julgamento em segunda instância.

No processo, o prefeito é acusado de receber doações ilegais que somam R$ 10 milhões, provenientes de construtoras, do banco Itaú e da AIB (Associação Imobiliária Brasileira). A AIB foi apontada pelo promotor eleitoral Maurício Lopes como entidade de fachada do Secovi (sindicato do setor imobiliário). Sindicatos são proibidos por lei de realizarem tais contribuições. O Secovi afirma não ter vínculo com as doações.


*Trechos extraídos de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u696793.shtml

GOVERNO IMPORTA MÉTODO CUBANO DE ALFABETIZAÇÃO*

Após anos de resultados tímidos no combate ao analfabetismo, o governo Lula resolveu importar de Cuba uma tentativa de atacar o problema. Há dois meses, o governo federal utiliza um método importado da ilha caribenha para ensinar pescadores a ler e escrever.

O programa --chamado Sim, eu posso, ou Yo, sí puedo, no original-- promete alfabetizar uma pessoa após 65 aulas em vídeo, um tempo recorde para cursos do tipo, que costumam durar de seis a oito meses.

Para implantar o método, técnicos cubanos foram enviados aos cinco Estados onde o projeto está sendo implementado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura.

O governo de Raúl Castro cedeu os filmes e enviou os consultores. O Brasil paga as despesas deles no país.

Trazido ao Brasil em 2005, em um projeto-piloto do Ministério da Educação no Piauí que acabou não tendo seguimento, o Sim, eu posso também é utilizado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e será aplicado neste ano em Fortaleza e João Pessoa.


*Escrito por Ângela Pinho. Os trechos foram extraídos de http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u696814.shtml

O TRÁGICO DESTINO DA PRESA GEOLÓGICA CHAMADA HAITI I*



As organizações de salvamento da Venezuela, Nicarágua, Bolívia, França e Suíça acusam os militares dos Estados Unidos de recusarem direitos de aterrissagem para aviões com medicamentos e água potável de uma necessidade urgente para milhões de pessoas afetadas pelo desastre em Haiti.

Outro drama ergue se atrás da tragédia haitiana. É o drama para o controle do que os geólogos acreditam seja uma das zonas mais ricas do mundo em hydrocarbons- óleo e gás para além do Oriente Médio, e possivelmente com uma magnitude maior do que a da Venezuela.

Além de ser predisposto à terremotos Haiti também está numa zona que pela rara interseção geológica das três placas tectônicas pode muito bem estar numa das maiores zonas – inexploradas – de óleo e gás do mundo, assim como de valiosos e raros minerais de significância estratégica.

Constata-se que em 2005, um ano depois da Administração Bush-Cheney de fato depor o Presidente eleito do Haiti, Jean Baptiste Aristide, um time de geólogos do Instituto de Geofísica da Universidade do Texas (The Institute for Geophysics at the University of Texas) começou um ambicioso trabalho- em duas fases - de cartear todos os fatos geológicos (mapping of all geological data) da bacia do Caribe.

Os financiadores desse “multi-million dollar” projeto de investigação geológica pertencem às maiores companias de óleo do mundo: - Chevron, Exxon Mobil, the Anglo-Dutch and BHP Billiton.

A remarcável geografia do Haiti talvez possa explicar porque o enviado das duas Administrações Bush e agora enviado especial das Nações Unidas – Bill Clinton faz de Haiti tamanha prioridade. A remarcável geografia poderia também explicar porque Washington e seus NGOs (Organizações Não Governamentais) foram tão ágeis em depor –por duas vezes – o democraticamente eleito Presidente Aristide, o qual tinha um programa econômico que incluía entre outros itens, proposições para o desenvolvimento dos recursos naturais do país para o benefício do próprio povo de Haiti.


Texto de F. William Engdahl e tradução de Anna Malm. Para ler o que está disponível em português, acesse o http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=56c3b2c6ea3a83aaeeff35eeb45d700d&cod=5488

CHANCELER DIZ QUE "EVOLUÇÃO" EM HONDURAS PODE LEVAR A UMA NOVA POSIÇÃO DO BRASIL*

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sinalizou ontem, 18, que os novos acontecimentos em Honduras podem levar o governo do Brasil a rever sua posição em relação ao país caribenho. Desde o golpe de Estado, em junho do ano passado, o governo brasileiro considerou ilegítimas as eleições, realizadas em junho, e que deram a vitória a Porfirio "Pepe" Lobo.

O assunto será tema de reunião – entre os dias 21 e 23 - do Grupo do Rio, em Cancún, no México. “Vamos ver como essas condições evoluem”, afirmou Amorim, ao participar de um debate sobre temas internacionais promovido pelo Congresso do PT em Brasília. Estavam presentes havia representantes de vários países. “Essas condições [em Honduras] não se fazem em um dia.”

As condições, mencionadas por Amorim referem-se às alternativas sugeridas pela comunidade internacional para que Honduras seja reintegrada à Organização dos Estados Americanos (OEA) e retome as relações políticas com o Brasil, o Chile, a Venezuela, a Bolívia, o Equador e a Argentina.

O Brasil condenou o golpe, rechaçando o episódio como um atentado às forças democráticas. Para o governo brasileiro, as eleições que deram vitória a “Pepe” Lobo só poderiam ser reconhecidas como legítimas se tivessem ocorrido com a restituição de Zelaya ao poder. No entanto, isso não ocorreu, e o processo foi conduzido pelo então presidente Roberto Micheletti, apontado como golpista pelo governo brasileiro.


*Escrito por Renata Giraldi. Os trechos foram retirados de http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=8063

sábado, 20 de fevereiro de 2010

EUA: O MELHOR CONGRESSO QUE O DINHEIRO PODE COMPRAR*

A decisão radical da Suprema Corte dos Estados Unidos, em 21 de janeiro deste ano permite às companhias gastarem dinheiro ilimitadamente na política. Anulando 100 anos de restrições aos gastos corporativos, os dois juizes mais novos, John Roberts e Samuel Alito, indicados pelo Presidente George W. Bush, tornaram a Suprema Corte um aliado das grandes corporações. Os insípidos debates em Davos sobre a questão capitalismo versus socialismo foram suplantados pela conquista da democracia das corporações.

A visão fantástica dessa mais alta Corte dos Estados Unidos defende que o dinheiro é equivalente à livre expressão sob a Primeira Emenda, e que a corporações são “pessoas” equivalentes a seres humanos. A irrealidade dessa visão também equipara corporações com sindicatos, sem reconhecer que sindicatos representam pessoas reais, enquanto corporações são entidades legais com o propósito de fazer dinheiro para os seus acionistas.

À opinião absurda do juiz da Corte Suprema John Robert, de que as corporações são em vários aspectos “amordaçadas” ou de que necessitam de mais dos direitos garantidos na Primeira Emenda somou-se a divergência do juiz Stevens, em nome dos juízes Ginsberg, Sotomayor e Breyer: “A democracia americana é imperfeita, mas poucos fora desta Corte teriam pensado que ela definha até a morte, com o dinheiro corporativo na política”.

Como essa conquista corporativa dos Estados Unidos da América afeta seu padrão de mundo? A ganância e a cultura da obsessão pelo dinheiro de Wall Street já danificaram todo o mundo e causaram milhões de vítimas inocentes da fome, das adversidades, de perdas de empregos, meios de vida e infligiu um enorme dano ambiental.


*O artigo foi escrito por Hazel Henderson, com tradução de Katarina Peixoto. Ele está disponível na íntegra em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_i

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CUTRALE ATRAI HOLOFOTES PARA SUA GRILAGEM*

Área usada pela transnacional e ocupada pelo MST no ano passado pertence à União há cem anos

“Se a Cutrale tentou criminalizar o movimento, conseguiu o contrário: atraiu os holofotes para seus crimes, sua grilagem”, afirma Sônia Moraes, secretária geral da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra).

Ela fala em “grilagem” porque essas terras fazem parte do chamado Núcleo Monção, que possui cerca de 30 mil hectares pertencentes à União, entre terras devolutas e improdutivas. A empresa utiliza mais de 2,7 mil hectares para a monocultura de laranja.

De acordo com o Grupo de Trabalho Núcleo Colonial Monção, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), coordenado pela procuradora da União Maria Cecília Ladeira de Almeida, as terras utilizadas pela Cutrale foram adquiridas pela União através de compra, em 1910.

Em 1997, foi proposta a primeira ação reivindicatória das terras griladas, relativa à fazenda Capivara, em Iaras. O Incra obteve, de imediato, a tutela antecipada de 30% do imóvel, o que resultou na criação do assentamento Zumbi dos Palmares, em 1998. Em 2007, a Justiça Federal emitiu o Incra na posse da totalidade da área. Mas a Cutrale permanece no local com base em ações judiciais protelatórias.

O grupo de trabalho do Incra concluiu que, nos títulos dos imóveis rurais dessa região, foi constatado a existência de diversos “vícios insanáveis”. São esses vícios que, segundo eles, permitiram a confusão entre o que são terras públicas e o que são privadas.

Vícios que podem ser traduzidos, sobretudo, em erros dos cartórios. “Precisa explicar qual foi o dono de cartório que passou essas terras ao 'sr. Cutrale'. Foi o juiz que permitiu isso e agora faz vistas grossas à Cutrale”, aponta o presidente da Abra, Plínio Arruda Sampaio. Para ele, “em vez de derrubar 3 mil pés, tinha que queimar 30 mil, para demonstrar a realidade a uma sociedade que não quer vê-la”, destaca.

Para piorar a situação da Cutrale, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou, em 11 de fevereiro, com uma ação na Justiça do Trabalho, pedindo o fim da terceirização da colheita da fruta. A ação cobra também pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor total de R$ 400 milhões.


*Reportagem de Eduardo Sales de Lima e disponível em http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/201ccutrale-atrai-holofotes-para-sua-grilagem201d/view


CRISE MUNDIAL: AS GARANTIAS DE DIREITOS SOCIAIS E O CAPITALISMO*

Muito se tem dito sobre a crise econômica e suas possíveis repercussões na realidade social brasileira. À esta altura, uma abordagem crítica mais contundente é necessária por causa da constatação de que muitos se valem da crise como mero argumento para continuar jogando o jogo da vantagem a qualquer custo, desvinculando-se de qualquer projeto de sociedade mais democrática.

No começo da presente crise pouco se falou na relevância da diminuição do valor do trabalho. A partir de outubro de 2008, iniciou-se um movimento organizado para requerer uma flexibilização das leis trabalhistas do país como forma de combater a crise financeira. Empresas começaram a anunciar dispensas coletivas de trabalhadores, criando um clima de pânico para, em seguida, pressionar sindicatos a cederem quanto às suas reivindicações e buscar junto ao governo a concessão de benefícios fiscais.

Ora, muitas empresas “modernas” falam de sua responsabilidade social, do seu dever de cuidar do meio ambiente, de ajudar pobres e necessitados, mas quando se veem diante de uma possível redução de seus lucros, não têm o menor escrúpulo de defender abertamente o seu direito de conduzir trabalhadores ao desemprego sem lhes apresentar uma justifica plausível.


*O artigo foi escrito por Jorge Luiz Souto Maior e se encontra na íntegra em http://diplo.uol.com.br/2009-05,a2844

O CORO DA DIREITA CONTRA OS DIREITOS HUMANOS *

Como há tempos não se via no país, quase todos os setores conservadores da sociedade brasileira uniram-se no fim de dezembro e, de forma orquestrada, atacaram. O alvo foi o 3° Programa Nacional de Direitos Humanos, duramente criticado pelas Forças Armadas, empresários do agronegócio, setores da Igreja Católica e proprietários de meios de comunicação.

A virulência das críticas ao programa que apareceram na imprensa comercial relembra o período ditatorial. Editoriais e artigos assinados acusaram o plano de querer revogar a Lei de Anistia, chamando os militantes que combateram a ditadura de revanchistas, e alertando para possíveis iniciativas “comunistas”.

Para acalmar os ânimos dos militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um novo decreto, em 13 de janeiro, que suprime o trecho que dizia que a Comissão da Verdade iria promover a apuração das “violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política”. Assim, o leque de violadores dos direitos humanos ficou amplo, deixando “no ar” quem seriam os investigados.

Para Cecília Coimbra, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, “o governo recua em nome de uma pseudogovernabilidade e abre mão de esclarecer o que ocorreu durante a ditadura. Essa supressão das expressões é muito séria, descontextualiza historicamente e tira a responsabilidade do Estado. Esse decreto é uma coisa escandalosa, vergonhosa”.


*Artigo escrito por Tatiana Merlino. Para ler o que do artigo está disponível na internet, acesse http://carosamigos.terra.com.br/

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A CRISE ECONÔMICA DO CAPITALISMO E OS "CORTES DE GASTOS" EM VALINHOS

Os efeitos da crise econômica do capitalismo foram sentidos até na pacata “cidade-condomínio” de Valinhos. Não somente no sumiço do cafezinho que antes havia na recepção da Câmara, mas também em outros “cortes de gastos”. Infelizmente entende-se a realização dos Jogos escolares, de recapeamento em algumas vias, do Carnaval 2010 e outros eventos culturais e esportivos como gastos, acarretando na suspensão desses. As medidas foram tomadas para que a Saúde e a Educação não sofressem cortes ou penalidades, esclarece a página virtual da Prefeitura.

Podemos ainda acrescentar, com relação à situação financeiramente difícil que se encontra o Município, as demissões efetuadas, dentre outras fábricas - como a Onça -, pela Eaton, que num dado momento da crise chegou a ter 1.000 demissões. O atraso de sete meses para o pagamento do dissídio dos servidores públicos concursados e outras coisas mais, também colaboram para caracterizar claramente a situação lamentável que Valinhos está imersa.

Admitamos então, o perrengue que se encontra Valinhos. Há medidas prudentes e necessárias para responder a essa mais recente crise. A municipalização do transporte coletivo e controle da Rápido Luxo Campinas nas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras é uma medida indispensável. Assim, dar fim na ladainha de aumento de custo da mão de obra quando verdadeiramente o que cresce, até em momentos de crise, é o lucro do patrão. Apenas com medidas que enfrentem os grandes monopólios na nossa cidade acabará com o preço exorbitante da passagem e, com a arrecadação propícia e a população valinhense sendo sua própria tutora, os investimentos serão feitos realmente na comunidade da nossa cidade, não tratando-a como "gasto".

Somente a organização e luta de todos nós trará conquistas efetivas. Não nutrimos ilusões de que a burocracia atenderá nossas reivindicações. Acreditamos apenas na organização e luta da juventude, dos trabalhadores e das trabalhadoras de Valinhos.

• MUNICIPALIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO JÁ!

• RÁPIDO LUXO CAMPINAS NAS MÃOS DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS!

• POR UM TRANSPORTE PÚBLICO DE VERDADE!

Movimento Carlos Marighella - MCM