domingo, 21 de fevereiro de 2010

O TRÁGICO DESTINO DA PRESA GEOLÓGICA CHAMADA HAITI I*



As organizações de salvamento da Venezuela, Nicarágua, Bolívia, França e Suíça acusam os militares dos Estados Unidos de recusarem direitos de aterrissagem para aviões com medicamentos e água potável de uma necessidade urgente para milhões de pessoas afetadas pelo desastre em Haiti.

Outro drama ergue se atrás da tragédia haitiana. É o drama para o controle do que os geólogos acreditam seja uma das zonas mais ricas do mundo em hydrocarbons- óleo e gás para além do Oriente Médio, e possivelmente com uma magnitude maior do que a da Venezuela.

Além de ser predisposto à terremotos Haiti também está numa zona que pela rara interseção geológica das três placas tectônicas pode muito bem estar numa das maiores zonas – inexploradas – de óleo e gás do mundo, assim como de valiosos e raros minerais de significância estratégica.

Constata-se que em 2005, um ano depois da Administração Bush-Cheney de fato depor o Presidente eleito do Haiti, Jean Baptiste Aristide, um time de geólogos do Instituto de Geofísica da Universidade do Texas (The Institute for Geophysics at the University of Texas) começou um ambicioso trabalho- em duas fases - de cartear todos os fatos geológicos (mapping of all geological data) da bacia do Caribe.

Os financiadores desse “multi-million dollar” projeto de investigação geológica pertencem às maiores companias de óleo do mundo: - Chevron, Exxon Mobil, the Anglo-Dutch and BHP Billiton.

A remarcável geografia do Haiti talvez possa explicar porque o enviado das duas Administrações Bush e agora enviado especial das Nações Unidas – Bill Clinton faz de Haiti tamanha prioridade. A remarcável geografia poderia também explicar porque Washington e seus NGOs (Organizações Não Governamentais) foram tão ágeis em depor –por duas vezes – o democraticamente eleito Presidente Aristide, o qual tinha um programa econômico que incluía entre outros itens, proposições para o desenvolvimento dos recursos naturais do país para o benefício do próprio povo de Haiti.


Texto de F. William Engdahl e tradução de Anna Malm. Para ler o que está disponível em português, acesse o http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=56c3b2c6ea3a83aaeeff35eeb45d700d&cod=5488

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